Retrospectiva: como foi empreender em 2023?
Estamos na reta final do ano de 2023 e muita coisa aconteceu no mundo do empreendedorismo, muitas delas vão impactar o futuro próximo das micro e pequenas empresas. São medidas governamentais, movimentos do mercado, novas tecnologias, mudanças de comportamento dos consumidores e até tendências globais.
Se você não teve a chance de acompanhar de perto, trazemos este resumo sobre as principais notícias do ano para empreendedores, e assim, preparar seu negócio para 2024, com medidas para proteger ou oportunidades para aproveitar.
Governo colocou holofotes no empreendedorismo
Em 2023, o governo anunciou a criação do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP). O objetivo é impulsionar a atividade empreendedora no Brasil.
Hoje, 99% das empresas do país são pequenos negócios, responsáveis por 71% dos empregos formais e 30% do PIB, de acordo com dados do Sebrae. Mas a taxa de mortalidade continua perto dos 20% em até cinco anos da abertura, com o MEI alcançando 30%.
A expectativa é de surgirem cada vez mais medidas para ajudar no desenvolvimento de microempreendedores individuais e pequenas empresas.
Mudanças no MEI
Atualmente, o Brasil tem cerca de 15 milhões de microempreendedores, mais de 50% nos últimos três anos, a maioria atuando no próprio negócio, como cabeleireiros, comerciantes de roupas e construção civil, mas o crescimento também foi impulsionado pela contratação terceirizada no mercado de trabalho.
Em setembro de 2023, todos os MEIs que prestam serviços para outras empresas passaram a ser obrigados a emitir Nota Fiscal Eletrônica de Serviços no novo padrão nacional. Antes ficava sob os cuidados de cada prefeitura, em um processo burocrático.
Com o foco no empreendedorismo, para 2024 estão previstas mudanças no limite de faturamento MEI, para que mais empresas possam se enquadrar no regime.
Além do aumento do teto, a proposta também prevê que o MEI poderá contratar um empregado a mais. O que pode aumentar o número de empregos formais.
Pagamentos via PIX cresceu
O meio de pagamento superou o cartão de crédito e se tornou o mais usado no país. De acordo com uma pesquisa do Sebrae e do IBGE, mais da metade dos MEIs já recebem pagamentos via PIX. Em empresas maiores, o formato ainda divide lugar com o cartão.
Mas a tendência é que o modelo de pagamento aumente sua presença, como gera maior liquidez e evita as taxas do cartão de crédito, empresas passam a oferecer descontos via Pix cada vez mais.
O Banco Central também anunciou o lançamento do Pix Automático em 2024. Empresas poderão enviar as instruções para o pagamento recorrente via Pix para seus clientes assíduos, como no caso de serviços utilizados com frequência ou por assinatura, por exemplo. O que também pode substituir o cartão de crédito ou a emissão de boletos, com débito direto em conta.
Crescimento também dos golpes em pequenas empresas
A tecnologia é fundamental para o crescimento dos negócios, não é preciso ter medo, mas é importante saber se proteger de ataques virtuais a empresas cada vez mais, já que as tentativas de golpes vem aumentando.
Para proteger seu negócio de golpes online, mantenha a atualização dos sistemas operacionais e versões das ferramentas, evite a instalação de softwares piratas e busque a proteção de antivírus, entre outras medidas de segurança, como ter cuidado com downloads no WhatsApp, e-mail, etc.
É preciso ter atenção com cobranças na abertura ou encerramento do MEI, por exemplo. Ele é feito de forma gratuita e simples no portal do governo, mas é comum receber um e-mail com uma suposta taxa para o serviço. Não é real.
É preciso ficar atento também ao recebimento de notificações falsas de WhatsApp, SMS ou E-mail para pagamento do DAS ou quitação de dívidas, por exemplo. É importante sempre procurar os órgãos oficiais antes de pagar um boleto ou fazer um Pix.
Comportamento do consumidor
À medida que o consumidor fica mais íntimo da Internet e das compras online, principalmente no mundo pós pandemia, ele também passa a pesquisar mais antes de comprar e fica mais criterioso. O que também é reflexo do aumento da inflação e do custo de vida e a tentativa de gastar corretamente.
Mas mesmo com a pesquisa online, não quer dizer que a compra será necessariamente virtual. A procura pelas lojas físicas e contato com o produto voltou a crescer. Veja mais mudanças no comportamento do consumidor.
O que observar em 2024?
Será preciso olhar não apenas para a simplificação dos processos de abertura de empresas, mas para sua sobrevivência. Com tantas iniciativas surgindo para impulsionar o empreendedorismo, é preciso ficar de olho nas oportunidades de capacitação para empreendedores e crédito que podem surgir no mercado.
As medidas para facilitar a abertura de um CNPJ e começar o próprio negócio, reduzem a burocracia e os custos, mas precisam andar junto com o desenvolvimento do empreendedor, que deve saber se planejar e aprender a fazer uma gestão responsável.
Além disso, novos negócios já nascem com um pé no digital e aqueles que ainda não começaram, devem ampliar sua presença online, fornecendo informações claras sobre produtos e serviços. Pequenos negócios precisam buscar seu espaço online focando no público local, já que todo mundo está conectado o tempo todo.